
Flor da vida - Alquimia

Flor da vida - Alquimia

O Simbolismo na Magia e a Dependência dos Rituais: Uma Visão segundo Ramatís
Magia: Uma Ciência Espiritual do Invisível
A magia, sob a ótica espiritualista defendida por entidades como Ramatís, não é uma prática supersticiosa ou meramente ritualística, mas sim uma ciência sagrada de manipulação das energias e das leis cósmicas invisíveis que regem o universo. Ela atua, primordialmente, nos planos sutis, o astral, o mental e o espiritual, e somente depois repercute no plano físico. Todo verdadeiro ato mágico, portanto, é realizado primeiramente no invisível.
É no plano astral que se condensam os fluidos vitais, onde os pensamentos ganham forma e vibração, onde os comandos do espírito influenciam a matéria. A magia nada mais é do que a arte de dirigir inteligentemente as forças astrais através da vontade consciente, do conhecimento das leis universais e do alinhamento espiritual do operador.
Porém, se a magia é essencialmente astral, por que ainda se usam símbolos, gestos, palavras, objetos e rituais físicos?
O Poder do Símbolo como Chave Vibratória
Ramatís explica que o símbolo é uma linguagem universal que transcende o intelecto. Ele é uma ponte vibratória entre os mundos, funcionando como uma espécie de "atalho" que desperta certos arquétipos, ativa centros energéticos e evoca forças sutis com precisão. Um símbolo, como um pentagrama, uma cruz ansata, ou mesmo um círculo mágico, carrega consigo um campo vibracional ancestral, arquetípico, e espiritual.
A magia simbólica funciona porque o plano astral responde à forma-pensamento. Quando um símbolo é visualizado, traçado ou mentalizado com intenção e fé, ele cria uma forma-pensamento viva, que se projeta nos planos superiores e começa a operar conforme a qualidade da energia que o alimenta.
Assim, o símbolo não é um mero enfeite: é um condensador de energia, um captador de frequências, um disparador de forças. No dizer de Ramatís, o símbolo "traduz em forma aquilo que a alma ainda não é capaz de sustentar apenas com sua vontade".
A Função Psíquica e Didática dos Rituais
Ramatís afirma que os rituais são muletas psíquicas necessárias a médiuns e magos ainda em desenvolvimento. A mente humana, em sua maioria, ainda está condicionada à forma e ao tempo. O ritual, nesse contexto, serve como uma ferramenta de concentração, de disciplina mental e de elevação vibracional.
O ritual cria um ambiente sagrado, onde a consciência se reorganiza, silencia o mundo exterior e focaliza sua energia no objetivo espiritual. Ele é uma psicoterapia espiritual, que alinha chakras, acalma o corpo emocional e sintoniza a mente com os mundos superiores.
Médiuns e magos ainda utilizam rituais porque:
-
A concentração pura é difícil sem um ponto de apoio sensorial.
-
O inconsciente coletivo responde melhor a ações simbólicas do que a comandos mentais abstratos.
-
O uso de ervas, incensos, velas, cores, gestos e cantos fortalece o campo energético.
-
O ritual cria um “tempo fora do tempo” um portal vibracional.
Muitos mestres ascensos e mentores espirituais trabalham com operadores encarnados por meio dos rituais, não porque eles precisem disso, mas porque sabem que os encarnados precisam.
A Ilusão da Forma e o Caminho para a Essência
Ramatís deixa claro: a forma não deve aprisionar, mas conduzir à essência. Quando o mago se apega ao ritual como se ele mesmo fosse a fonte do poder, perde-se a verdadeira magia. O ritual deve ser um meio, e não um fim. A espiritualidade superior não se impressiona com aparências, mas com a intenção pura, o coração sereno e a consciência desperta.
O verdadeiro mago é aquele que compreende que a magia é mental, anímica e espiritual. Com o tempo, à medida que o operador eleva sua frequência e expande sua consciência, os rituais tornam-se mais internos, mais silenciosos, mais simples e mais profundos.
O mago que alcança maior maestria não precisa mais de altares materiais, pois faz do seu próprio coração o altar, e da sua mente, o templo.
O Mediunismo e a Necessidade de Apoio Exterior
No campo mediúnico, os rituais também possuem função educativa e protetora. Muitos médiuns não dominam ainda as sutilezas do plano astral. Suas telas mentais são frágeis, suas emoções instáveis, seus chakras desequilibrados. O ritual, então, atua como uma âncora vibracional que:
-
Protege o médium de interferências externas.
-
Ajuda no acoplamento com entidades superiores.
-
Facilita o desprendimento e a segurança durante a incorporação.
Ramatís explica que muitos médiuns ainda não conseguem projetar a vontade com força suficiente para movimentar energias puramente pela mente. Por isso, precisam de ervas, defumações, cantos, pontos riscados e elementos da natureza, que agem como catalisadores energéticos.
Com o tempo, no entanto, o médium consciente aprende que o canal mais puro da mediunidade é o silêncio da alma, o amor no coração e a disciplina da mente.
Magia Interna e a Transição do Ritual para a Consciência
Há um momento na trajetória do mago ou médium em que os rituais tornam-se desnecessários, não porque perderam o valor, mas porque a consciência os transcendeu. Isso não significa negar o ritual, mas entendê-lo como uma linguagem que não precisa mais ser falada exteriormente.
Ramatís afirma que, no plano superior, a palavra é pensamento, o gesto é intenção, o símbolo é luz. A magia, neste nível, é pura vibração. Os mestres operam através da mente iluminada, irradiando amor e sabedoria que transformam sem necessidade de nenhum aparato físico.
Essa é a verdadeira iniciação: transcender o rito e tornar-se o rito. Ser o altar, ser a chama, ser o símbolo, ser o canal divino.
A magia responsável, segundo Ramatís, deve sempre ser guiada pela ética cósmica: nunca manipular, nunca impor, nunca buscar o egoísmo. A magia, quando bem usada, cura, eleva, transforma e liberta. Quando usada com ignorância, vaidade ou ambição, cria karmas profundos e atrai forças negativas.
Símbolos, rituais, instrumentos e práticas são como barcos para atravessar um rio. Mas nenhum barco deve ser carregado nas costas depois que se chega à outra margem.
O verdadeiro mago é aquele que compreende os símbolos, honra os rituais, mas sabe que a força real está na alma em paz com a consciência universal.
Umbanda: Um Portal Sagrado de Reintegração Espiritual
A Umbanda, na visão espiritualista de Ramatís, é uma das manifestações mais belas da espiritualidade no Brasil. Ela é uma religião sincrética, acolhedora, rica em arquétipos espirituais e com profundas raízes no inconsciente coletivo do povo brasileiro. Seus rituais, pontos cantados, atabaques, banhos, defumações, oferendas, símbolos e fundamentos são portas de conexão com as dimensões superiores, desde que usados com equilíbrio, discernimento e sabedoria.
No entanto, Ramatís adverte: quando o ritualismo se sobrepõe à consciência espiritual, abre-se a porta para o automatismo mágico, que pode aprisionar a alma em uma falsa ideia de evolução.
O Ritual como Instrumento, Não Como Mestre
Na Umbanda, muitos médiuns iniciam sua jornada fascinados pela força dos elementos materiais velas, pembas, charutos, bebidas, imagens, indumentárias. E tudo isso, quando usado com intenção espiritual verdadeira, tem sua função digna e poderosa.
Porém, segundo Ramatís, o excesso de ritualismo pode degenerar a prática mediúnica em três grandes perigos:
* Mecanização da fé – onde o médium acredita que repetir gestos ou orações automaticamente gera resultados, sem transformação interior.
* Fuga da reforma íntima – o médium se ocupa tanto com o ritual externo que evita encarar suas sombras e vícios emocionais.
* Dependência mágica – quando o poder é projetado apenas no símbolo ou no guia, e não na própria consciência em expansão.
Para Ramatís, nenhum ritual substitui o esforço moral e a purificação dos sentimentos.
Quando o Ritual Vira Vício
Na visão ramatisiana, alguns médiuns se tornam dependentes do ritual como se fosse um "amuletismo religioso". Acham que tudo se resolve com um banho, uma defumação, um ponto riscado ou um trabalho feito no congá. Quando isso acontece, a Umbanda deixa de ser um portal de iluminação e passa a ser um balcão de pedidos mágicos, o que desvirtua sua missão original.
Esse comportamento leva a:
-
Desvio do foco da caridade para o personalismo.
-
Apego às entidades como "executores de favores", e não como instrutores de alma.
-
Confusão entre fé e superstição, entre energia e barganha espiritual.
Médiuns assim se tornam escravos da forma, acreditando que quanto mais velas, guias, pontos ou oferendas, mais poderosa será a gira. Ramatís alerta que não é o excesso de elementos que atrai os bons espíritos, mas a pureza da intenção e a humildade no coração.
Guias Espirituais e a Simplicidade como Caminho
Ramatís nos lembra que os verdadeiros guias espirituais da Umbanda Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças, Exus de Lei não exigem ostentação nem teatralidade, mas apenas verdade, fé e caridade. A espiritualidade não se impressiona com o volume das oferendas ou com o espetáculo dos rituais, mas com a disciplina, o amor e a sinceridade com que o trabalho é realizado.
*Um Preto-Velho pode fazer uma limpeza espiritual profunda apenas com a fala mansa, o gesto calmo e um copo de água.
*Um Caboclo pode transformar uma alma com uma única palavra.
*Um Exu de Lei pode afastar um obsessor sem nenhuma vela, apenas com a força do comando astral e da moral reta.
Portanto, o médium que depende do exagero ritualístico está ainda nos primeiros degraus da escada espiritual, enquanto aquele que começa a trabalhar com simplicidade, consciência e amor está se aproximando da verdadeira magia divina.
O Que Leva ao Excesso Ritualístico?
Segundo Ramatís, as principais causas que levam médiuns ao ritualismo excessivo são:
-
Insegurança mediúnica – o médium não confia ainda na sua sintonia, então compensa com elementos externos.
-
Falta de estudo espiritual – desconhecendo as leis sutis, o médium se apega ao que vê e toca.
-
Pressão do meio – em algumas casas, o excesso é cultural, tornando-se tradição desmedida.
-
Ego espiritualizado – o médium quer se sentir mais poderoso e importante pela aparência ritualística.
Para Ramatís, o antídoto para isso é o autoconhecimento, o estudo profundo das leis espirituais e o desapego da forma para alcançar a essência.
Magia Mental: A Umbanda do Futuro
Ramatís já vislumbrava uma Umbanda mais interiorizada no futuro, onde os médiuns atuariam mais com o pensamento disciplinado, o coração purificado e a consciência iluminada. A magia mental será cada vez mais utilizada, onde a força da palavra, da intenção e do pensamento substituirá grande parte dos rituais materiais.
A Umbanda espiritual não deixará de lado os símbolos, mas os usará com sabedoria e em harmonia com o propósito maior da elevação da alma. O terreiro do futuro será o coração do médium. O altar será a sua consciência desperta. O ponto riscado será o verbo alinhado com a vontade divina.
Ramatís não condena os rituais da Umbanda ele os reconhece como parte de uma pedagogia divina, adaptada às necessidades humanas. Mas ele alerta: quando o ritual se torna mais importante que a ética, mais pesado que o amor, mais repetido que compreendido, ele deixa de ser sagrado.
A verdadeira magia da Umbanda acontece no silêncio do coração, no olhar compassivo, no passe dado com humildade, na entrega ao plano espiritual sem vaidade ou pressa.
Médiuns conscientes sabem que não precisam abandonar os rituais apenas purificá-los com luz, propósito e consciência.
A Atlântida, a Ausência de Tela Búdica e a Magia Direta:
O Tempo em que o Espírito via a Verdade
A Atlântida: Um Ciclo de Consciência Expansiva e Magia Natural
Muito antes da história conhecida, segundo tradições esotéricas e revelações de mentores como Ramatís, a humanidade viveu um período de extraordinária sensibilidade espiritual e integração entre os planos da existência. Esse período é simbolizado pela civilização atlante, uma raça ancestral que alcançou patamares elevados de tecnologia, magia e espiritualidade, antes de sua queda moral e destruição cataclísmica.
Na Atlântida, não havia a separação tão densa entre os planos físico e astral. O ser humano ainda mantinha sua percepção espiritual ativa, podendo ver, ouvir e interagir diretamente com entidades, energias e formas-pensamento. A mediunidade era natural, e todos viviam em contato constante com o mundo espiritual.
Nessa fase, não havia tela búdica como conhecemos hoje essa membrana protetora que, atualmente, limita a visão do plano astral e nos impede de perceber claramente as realidades espirituais. A tela búdica surgiu após a queda da Atlântida, como um mecanismo de proteção evolutiva: um “véu” imposto entre os planos para evitar que a humanidade, já corrompida, usasse o poder espiritual de forma irresponsável.
A Era do “Ver para Crer” Espiritual
Durante a Atlântida, o ser humano não precisava de rituais ou símbolos para acessar o mundo espiritual. A magia era mental, vibracional, direta. O simples ato de pensar com intensidade suficiente já criava e movia energias. A palavra possuía poder criador, os pensamentos moldavam a matéria, e os sentimentos purificavam ou corrompiam os campos ao redor.
Era a verdadeira era do “ver para crer” espiritual: os seres humanos viam os elementais, os mentores, os espíritos desencarnados, as formas mentais que geravam, as reações vibracionais de suas ações. A realidade espiritual era concreta, evidente e integrada à vida cotidiana. Nesse tempo:
*Os elementais eram visíveis e colaborativos.
*Os templos eram sustentados por energia mental e cristalina.
*A cura era feita pela imposição da vontade consciente. A comunicação com os planos superiores era telepática e contínua.
Como a alma era transparente e as intenções visíveis nos corpos sutis, não havia como disfarçar o interior através de uma aparência ritualística.
O Surgimento da Tela Búdica e a Queda Vibratória da Humanidade
Com o tempo, a Atlântida mergulhou em desequilíbrio. A espiritualidade foi substituída pela ambição, a magia começou a ser usada para controle, dominação e vaidade. A separação entre o ego e a alma se ampliou. Para evitar um colapso maior, as Hierarquias Espirituais atuaram para proteger a evolução da humanidade e impedir que o poder mental e mágico fosse usado de forma destrutiva.
Foi então que a tela búdica foi criada. Esta membrana astral atua como um filtro vibracional entre o plano físico e os planos superiores, impedindo que a maioria das pessoas veja e perceba a realidade espiritual. Ela só se torna translúcida ou parcialmente aberta quando o ser atinge determinado grau de pureza, equilíbrio emocional e despertar espiritual.
A tela búdica protege, mas também limita. Ela é uma bênção pedagógica para a humanidade atual, que ainda está aprendendo a lidar com suas emoções, pensamentos e impulsos inferiores.
A Consequência Espiritual: O Nascimento dos Rituais Externos
Com o fechamento da visão espiritual e a queda vibratória, a humanidade perdeu a capacidade natural de perceber e agir diretamente nos planos astrais. O que antes era feito com a mente e o coração, passou a precisar de instrumentos materiais, gestos, símbolos e ritos para recriar artificialmente o que antes era espontâneo.
Assim nasceram os rituais como conhecemos hoje.
*Os símbolos substituíram as visões internas.
*Os ritos substituíram a telepatia e a intuição.
*Os objetos de poder substituíram a força mental.
*As invocações substituíram a comunhão direta com os guias.
Esses recursos foram necessários para nos lembrar do espiritual em meio à escuridão da consciência adormecida.
O Papel dos Médiuns na Era Atual: Reconstruir a Ponte
Hoje, os médiuns e magos espirituais são, muitas vezes, restos vivos da consciência atlante — almas que carregam resquícios de seu poder espiritual antigo, mas que precisam reaprender a usá-lo com equilíbrio, responsabilidade e humildade.
A maioria ainda precisa dos rituais porque:
*A tela búdica ainda está espessa.
*A vontade mental está fraca ou dispersa.
*A emoção ainda contamina a intenção mágica.
*A fé é oscilante, precisando de apoios sensoriais.
Mas, como ensinou Ramatís, estamos em transição. O despertar da humanidade significa substituir a ritualística automática pela consciência plena, a forma pela essência, e a magia exterior pela magia interior. O que na Atlântida era natural, está aos poucos retornando — desta vez de forma mais elevada, amadurecida e crística.
O Caminho do Retorno: Integrar o Espírito à Matéria com Consciência
O ciclo é sábio: viemos da espiritualidade pura, caímos na materialidade, e agora devemos espiritualizar a matéria conscientemente. O médium e o mago de hoje estão aqui para:
* Relembrar o que foram.
* Purificar o que se distorceu.
* Restaurar o elo com os mundos sutis, com amor e disciplina.
Os rituais continuarão existindo — mas deverão se tornar mais sutis, internos e conscientes. A tela búdica começará a afinar conforme o ser se dedica ao autoconhecimento, ao serviço, ao silêncio e à elevação da mente.
A humanidade caminha para uma nova era onde “ver para crer” voltará a ser realidade, não como privilégio de poucos, mas como fruto da maturidade espiritual coletiva.
Bibliografia:
* Chama Cristica (Ramatis)
* Fisiologia da alma (Ramatis)
* Magia da redenção (Ramatis)
* Mensagens do astral (Ramatis)
* A vida no planeta marte (Ramatis)
* O dogma e ritual de alta magia (Eliphas Levi)
* A chave dos grandes misterios (Eliphas Levi)
* Umbanda de todos nós (W. W da Mata Silva)
* Umbanda a Proto-Síntese Cósmica (Rivas Neto)
* A Doutrina Secreta (Blavastky)